Procura por madeira de demolição cresceu muito nos últimos anos
A indústria da construção não para de crescer e com isso é cada vez mais raro encontrarmos casas de madeira nas grandes cidades. O que imperava nas paisagens urbanas, hoje é deixado de lado.
Mas junto com esse processo, surge outro: a reutilização de madeira de demolição. As casas antigas dão espaço a novas construções e permanecem vivas quando recebem uma nova função no interior de residências, em mesas, cadeiras, armários, baús, portas, pisos, e assim por diante.
Se a sustentabilidade busca o cuidado com os recursos naturais, fica claro que a madeira de demolição é ecologicamente correta. Além disso, o aspecto desse material – normalmente com aparência envelhecida – é objeto de desejo de muitas pessoas, que buscam um ambiente mais aconchegante e mesmo rústico.
As madeiras que são comercializadas com mais frequência são a peroba, jacarandá, ipê, canela, pinho e riga. Todas essas passam por um processo de estufa natural, que aumenta a resistência e garante uma versatilidade única.
“Depois do desmanche das casas, a madeira é reutilizada e traz algo novo e original para a casa do cliente. Com isso, tem uma história acompanhada da qualidade do material”.
Para chegar aos novos donos, a madeira passa por diversos processos, que são específicos desse tipo de material. Basicamente, as casas são desmanchadas e os antigos donos vendem a madeira, que vai para a marcenaria, onde é tratada e enviada para a produção.
“Quando chega na marcenaria, é tratada e tirada o cupim, se tiver. Depois é lixada e feito um estudo em cima dela, para que ver o que pode ser feito”.
Por serem madeiras de grande qualidade, é esperado que o preço delas seja mais alto. Isso se deve principalmente ao fato do cuidado extra que o material exige.
“A diferença do preço fica principalmente pela mão-de-obra. Uma pessoa que trabalha com MDF não tem máquina para cortar madeira grossa e maciça. Para ter uma ideia, dá para fazer uma mesa de MDF em seis horas. Mas a mesma mesa com madeira de demolição, no mínimo 48 horas. Se tiver um estudo e a confecção de um móvel exclusivo, pode levar de 45 a 60 dias”, explica Carla.
Além disso, a procura por esse material cresceu bastante e com o passar do tempo, há menos casas para serem demolidas. Estima-se que há cinco anos, pagava-se 60% a menos que hoje.
Mas quem busca móveis produzidos com madeira de demolição?
“Um é o cliente que acha bonito e quer entrar na moda. E tem o outro, que tem consciência que está adquirindo uma madeira com história e preservando a natureza. Essa consciência vem mais do público jovem. Uma senhora tem um pouco mais de dificuldade e encara a madeira de demolição como madeira velha”, conta.
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